Homeopatia e Doenças Autoimunes: uma revisão. - Instituto Flávia Barits

Homeopatia e Doenças Autoimunes: uma revisão.

1 Danielle Piuzana Mucida

2 Flavia Silva Barits

1 Professora de Geologia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri- UFVJM, Diamantina, MG.

2 Instrutora do Curso de Extensão de  Homeopatia da Universidade Federal de Viçosa-UFV, Viçosa, MG.

Resumo

Em todo o mundo, médicos e pesquisadores presumem que as doenças autoimunes cheguem a atingir de 15% a 20% da população tendo como maiores vítimas, mulheres.  Existem, reconhecidos pela medicina cerca de 80 tipos de doenças autoimunes. O objetivo deste trabalho foi, discorrer, por meio de revisão de literatura doenças autoimunes associando-o aos principais medicamentos da Farmacopeia Homeopática. Os medicamentos apresentados indicam a afinidade terapêutica, mas este não são, de forma alguma, um guia completo e definitivo para o tratamento desta condição. De uma forma geral, os remédios homeopáticos feitos a partir de substancias minerais tais como Arsenicum album, Phosphorus, Sellenium metallicum e Zincum metallicum são muito importantes para as doenças autoimunes, principalmente no caso de doenças ligadas ao grupo da artitre. Outros como Aurummetallicum, Aconitum e Hypericum, também muito citados, tem uma relação direta a quadros psicossomáticos. Organoterápicos e nosódios são importantes para os tratamentos seja quando a doença autoimune se apresenta em um órgão seja quando infecções geram seus quadros clínicos.

 

INTRODUÇÃO

Pela visão da medicina tradicional, as principais causas das doenças autoimunes ainda são desconhecidas.  A teoria mais  aceita é que fatores externos estejam envolvidos na ocorrência dessa condição,principalmente quando há predisposição genética e o uso de alguns medicamentos. Mas sabe-se que existe uma relação direta entre o estado emocional das pessoas e o sistema imunológico. Sabe-se, ainda, que os corticóides produzidos em momentos de estresse diminuem a defesa imunológica. Para ele, quem está saudável do ponto de vista emocional também está do ponto de vista orgânico.

 A incidência das doenças autoimunes tem aumentado. Duplicou nos últimos 40 anos –também não se sabe por que.  Há quem credite isso ao aprimoramento nos diagnósticos e à precisão dos testes laboratoriais. O fato é que, só nos EUA, são 50 milhões de pessoas por ano diagnosticadas com uma doença desse tipo.  Em todo o mundo, médicos e pesquisadores presumem que ela chegue a atingir de 15% a 20% da população tendo como maiores vítimas, mulheres.  Existem, reconhecidos pela medicina cerca de 80 tipos de doenças autoimunes. O objetivo deste trabalho foi, portanto, discorrer, por meio de revisão de literatura doenças autoimunes associando-o aos principais medicamentos da Farmacopeia Homeopática.

QUADRO GERAL DOS DOENTES AUTOIMUNES

Quando o sistema imunológico não consegue distinguir os antígenos dos tecidos saudáveis do corpo e acaba atacando e destruindo as células normais do organismo, o ser humano desenvolve o que é chamado de doença autoimune.  Normalmente, os glóbulos brancos (leucócitos), produzidos na medula óssea e encontrados no sangue, ajudam a proteger o corpo contra substâncias invasoras e nocivas e são conhecidas como antígenos. Substâncias invasoras reconhecidas são vírus, bactérias, toxinas, células cancerígenas, etc. Os leucócitos são parte fundamental do sistema imunológico, cuja principal função é produzir anticorpos que mantenham o corpo humano protegido da ação desses antígenos, destruindo-os.

Doenças autoimunes são classificadas em sistêmicas ou órgão-específicas. Assim, as respostas imunes contra antígenos e/ou células de vários tecidos produzem doenças sistêmicas, ao passo que a resposta autoimune, contra antígenos de distribuição restrita a tecidos ou grupos celulares, produz doenças órgão- específicas. Os exemplos mais típicos de doenças autoimunes sistêmicas são as doenças reumáticas, como o Lúpus Eritematoso Sistêmico, coloquialmente conhecido por lúpus, a Artrite Reumatoide, a Artrite reumatóide juvenil, a síndrome de Sjögren, a esclerose sistêmica e a dermatopolimiosite. Nessas doenças, vários antígenos nucleares, citoplasmáticos e de membrana celular já foram identificados como alvos da resposta autoimune.

Por outro lado, as principais doenças órgão-específicas são a miastenia gravis, a anemia hemolítica auto-imune e a púrpura trombocitopênica idiopática. Todas elas caracterizadas por resposta a um ou mais antígenos restritos a certos tecidos ou células.Na medicina tradicional vários mecanismos efetores participam do desenvolvimento dessas doenças e diversos fatores estão envolvidos no seu desencadeamento como predisposição genética, fatores hormonais, fatores ambientais e alterações imunológicas. Descreveremos um pouco de cada fator.

Predisposição Genética – Estudos populacionais, familiares e em gêmeos têm demonstrado que fatores genéticos exercem influência na predisposição às doenças autoimunes.

Fatores Hormonais – Várias evidências sugerem a participação de fatores hormonais nas doenças autoimunes, dentre elas, o fato de serem mais frequentes em mulheres e a diferença na intensidade da resposta imune entre homens e mulheres. No sexo feminino as respostas imunes celular e humoral são mais fortes, havendo maior concentração sérica de anticorpos; a rejeição a enxertos é também mais exacerbada. Os hormônios sexuais têm papel central nesse dimorfismo de gênero, pois a diferença na produção de anticorpos só é observada após a maturidade sexual, e é grandemente reduzida depois de uma gonadectomia. Estrógenos e andrógenos demonstraram modular a expressão de receptores para glicocorticóides no hipocampo e na glândula pituitária. Recentes estudos reforçam o conceito de que os estrógenos aumentam a responsividade do eixo hipotálamo-pituitária-adre- nal (HPA) pela inibição da ação dos glicocorticóides sobre o hipotálamo. Estudos sugerem que as disfunções no eixo HPA mostraram estar relacionadas com a patogênese das DAI.

Fatores Ambientais – Infecções bacterianas, virais ou parasitárias participam do desenvolvimento de diversas DAI. Esses processos infecciosos podem auxiliar no desencadeamento da auto-imunidade através de vários mecanismos, como o mimetismo molecular; a exposição de antígenos criptogênicos; o espalhamento de antígenos; a persistência do patógeno ou de antígenos; superantígenos bacterianos e retrovírus.

Fatores psíquicos/ emocionais – Um dos primeiros cientistas a demonstrar experimentalmente a ligação do estresse com o enfraquecimento do sistema imunológico foi o microbiólogo Francis Louis Pasteur (1822-1895). Em estudo pioneiro, no final do Século XIX, ele observou que galinhas expostas a condições estressantes eram mais suscetíveis a infecções bacterianas (bacilos de antraz) que galinhas não estressadas. Desde então o estresse é tido como um fator de risco para iinúmeras patologias que afligem as sociedades humanas.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o estresse afeta mais de 90% da população mundial e é considerado uma epidemia global que não mostra sua verdadeira fisionomia. Na verdade, sequer é uma doença em si: é uma forma de adaptação e proteção do corpo contra agentes externos ou internos.

De acordo com uma visão psicossomática tradicional e num sentido estrito, as doenças autoimunes do colágeno já foram consideradas como psicossomáticas, tais como o lúpus,  artrite,  poliarterite, esclerodermia, e artrite reumatóide quando alguns estudos tinham debatido a influência provável das emoções no curso do Lúpus, cogitada a partir da conhecida ação das catecolaminas nos complexos imunológicos. Julio de Mello Filho foi certamente o autor que mais discutiu a concepção psicossomática, e que tentou aplicar particularmente esta concepção para a compreensão global do Lúpus (MATTJE; TURATO, 2006). De acordo com os estudos conduzidos por este autor, diversos eram os imbricados problemas emocionais detectados nos mecanismos disparadores da crise do Lúpus, tais como: dificuldades do mundo relacional de quem tinha sofrido a perda; uma sobrecarga do ego representada pelo processo de luto; efeitos da depressão que podem ter sido instalados. Assim, as situações do impacto emocional poderiam servir como o disparador para a manifestação da doença. Porém essa relação deve ser provada estatisticamente com o emprego do estudo do caso-controle e inúmeros cientistas e profissionais da saúde discordam desta vinculação, sendo inclusive, dificl encontrar artigos científicos que descrevam os fatores emocionais/psíquicos.

Dados da Organização Mundial de Saúde (1993 apud AYACHE, COSTA, 2005)  também sugerem transtornos de personalidade, cujos sintomas surgem usualmente, durante a vida adulta, seguindo-se ao estresse grave ou prolongado, privação ambiental extrema, transtorno psiquiátrico sério ou doença ou lesão cerebral. Estudos de  alterações de personalidade vem sendo excessivamente estudados em pacientes com doenças auto-imunes, principalmente com artrite reumatóide e lúpus (AYACHE, COSTA, 2005).

Estudos sugerem, por exemplo, que o estresse emocional contribua para o surgimento da alopecia areata, dada a observação de que traumas emocionais precedem o processo e da ocorrência de alta prevalência de alterações de ordem psíquica nos doentes, cuja possível explicação dos mecanismos patogênicos provocados por condições emocionais estaria na produção de neuromediadores capazes de interferir na imunidade (RIVITTI, 2005).

A HOMEOPATIA E AS DOENÇAS AUTOIMUNES

O médico homeopata tem como finalidade encontrar um medicamento que foi capaz de causar nos indivíduos sadios sintomas semelhantes (“homeo”) aos que se desejam combater nos indivíduos doentes, estimulando o organismo a reagir contra a sua enfermidade. Em vista desse grau de complexidade do ser humano (equilíbrio bio-psico-sócio-espiritual), que deve direcionar a escolha do medicamento homeopático individualizado, o tratamento pode ser mais ou menos demorado, considerando-se também a gravidade e a duração da enfermidade.Para os sintomas físicos, com os quais estamos mais familiarizados segundo a medicina convencional, devemos observar todas as particularidades ou modalidades que os tornam característicos a cada indivíduo: tipo de dor ou sensação; localização e irradiação; época e hora de surgimento; fatores de melhora ou piora; sintomas ou sensações concomitantes; etc.Quanto aos sintomas gerais, que representam as características generalizantes do organismo e que se relacionam aos vários sintomas melhorando ou agravando-os, devemos valorizar as seguintes modalidades: posições ou movimentos; temperatura, clima ou estação do ano; condições atmosféricas e do tempo; comidas e bebidas; transpiração, eliminações, evacuações; etc.

A grande importância dada por Hahnemann aos sintomas mentais, ou seja, às características relacionadas ao pensar e ao sentir, ao caráter e à moral, mostra a compreensão ampla que ele tinha do binômio doente-doença, por abordar um tema (psicossomática) que apenas recentemente começa a ser valorizado pela medicina convencional. São esses os sintomas mais difíceis de serem relatados, por constituírem um plano mais importante da individualidade e por delatarem nossas “limitações” e “fraquezas” (suscetibilidades) que, por defesa, buscamos esconder a todo custo. No entanto, esses mesmos sintomas estão diretamente relacionados aos desequilíbrios fisiológicos (sistema integrativo psico-neuro-imuno-endócrino-metabólico) que predispõem o surgimento das diversas classes de doenças ou enfermidades (“mente sã em corpo são”).

DOENÇAS AUTOIMUNES

A Homeopatia trata a pessoa no seu todo. Isso significa que o tratamento homeopático centra-se no paciente como uma pessoa, bem como a sua condição patológica. Os medicamentos homeopáticos são selecionados após um exame completo e individualizante caso-análise, que inclui o histórico médico do paciente, constituição física e mental etc. A tendência miasmática (predisposição / suscetibilidade) também é muitas vezes tomadas em consideração para o tratamento de condições crônicas.Abaixo serão apresentados quadros característicos de doentes autoimunes por diferentes complicadores e os principais medicamentos homeopáticos associados aos quadros. Entretanto, cabe aqui ressaltar que os medicamentos apresentados abaixo indicam a afinidade terapêutica, mas este não são, de forma alguma, um guia completo e definitivo para o tratamento desta condição. Os sintomas listados contra cada medicamento não pode estar diretamente relacionado a esta doença porque em homeopatia sintomas gerais e indicações constitucionais também são levados em conta para a seleção de um remédio.

Diabetes do tipo 1

Também conhecida por diabetes mellitus ou diabete juvenil pois seu diagnóstico ocorre na infância. O doente  tem a destruição autoimune das células do pâncreas que secretam insulina e que causa sinais: sede excessiva, desejo frequente de urinar, ganho de peso e cansaço.

 A falta da insulina conduz à glicose aumentada do sangue e da urina. Segundo Brasil (2006) ,o Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo-se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência do diabetes em todo o mundo. […] Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, o número de portadores da doença em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar 350 milhões de pessoas em 2025 (BRASIL, 2006).

Na Homeopatia, o policresto Syzygium jambolanum ajuda a regular o índice de açúcar no sangue além de resolver transtornos metabólicos, (LARA, 2014). Neste caso quando observado sintomas apenas do ponto de vista físico. Quando o índice glicêmico é afetado por acontecimentos externos como mudança de clima e pode ser afetada pelo estresse e problemas sentimentais com família, amigos e trabalho o uso do Phosphorous , Codenium e Aconitum são homeopatias que podem mais auxiliar no tratamento homeopático. Para Hardy (2012) existem os policrestos que auxiliam  o organismo na auto cura, com ações na prevenção problemas de saúde relacionados à doença, tais como glaucoma, o endurecimento do fígado, hipertensão, depressão, arteriosclerose, insuficiência renal, processos reumáticos, doenças cardíacas. No caso de a obesidade estar diretamente associada a diabetes, os policrestos mais eficazes são Fucus vesiculosus, Thyroidinum, Calcarea carbônica. Se o quadro agudo apresentar-se mais associado a processos inflamatórios os policrestros mais indicados são: Arnica montana , Rhus toxicodendron , Belladonna , Aconitum napellus, Symphytum officinale, Hypericum perforatum.

Doença de Graves e tireoidite de Hashimoto

Estas são doenças autoimunes da tireóide que causam sintomas distintos. Na doença de Graves, ou tireoidite autoimune, os anticorpos causam o hipertireoidismo, que deixa o paciente mais ansioso, com palpitações e tremor nas mãos, redução de peso e dificuldade de concentração. Um estudo de caso clínico por homeopatia foi encontrado com prescrição do medicamento constitucional – Silicea terra (7 CH, 9 CH e 30 CH) e de organoterápico de tireoides (7CH), por meio da repertorização, e resultou na normalização gradual dos valores plasmáticos dos hormônios tireóideos e hipofisários, assim como na negativação dos autoanticorpos no prazo de nove meses. O caso foi acompanhado durante um ano e meio e permanece estável (GĂLEȘANU, 2014).

Na tireoidite de Hashimoto, a destruição na glândula tireóide causa o hipotireoidismo, tendo por principais sintomas: cansaço, intolerância ao frio, depressão, ganho de peso, constipação e fraqueza.
Ocorrem em várias idades e são mais comuns entre mulheres de meia idade. Alves (2010) sugere um tratamento homeopático preparado a partir  de  vários medicamentos misturados, chamado Complexismo. Seu protocolo envolve:  Graphites, Nux vomica, organoterápico de tireoide.

Esclerodermia

Este tipo de desordem autoimune afeta geralmente os tecidos conjuntivos da pele e os vasos sanguíneos, os músculos, e os órgãos internos. A doença é mais comum entre mulheres entre idades 30 e 50 anos. Os danos acometem as células que produzem o colágeno, substância que torna a pele elástica e que também está presente nas articulações . Na pele, o que se observa, histologicamente, é uma alteração da síntese do colágeno com aumento de seu depósito, infiltrado inflamatório perivascular predominante de linfócitos e danos vasculares (Bouer, 2008). A doença atinge ainda pulmão, esôfago e rins. Entre os sintomas, estão o endurecimento da pele, aumento da sensibilidade dos dedos ao frio associado a dor e mudança em sua coloração (podem ficar brancos, azuis ou vermelhos).

O protocolo encontrado foi proposto por Alves (2009): Thuya 30 CH, 5 gotas 2 vezes por dia. Se o processo for grave, ou estiver muito avançado, juntar – Hypericum 200 CH e Arsenicum album 200 CH, 2 gotas de cada um alternando as tomas a cada 3 horas e diminuindo gradualmente para 2 tomas diárias.

Psoríase

A psoríase é uma doença inflamatória comum, caracterizada por hiperproliferação da epiderme. Surgem, então, placas avermelhadas principalmente no cotovelo, no joelho, no couro cabeludo e nas costas.

Na patogênese interagem condições genéticas e respostas imunológicas aos fatores externos, os quais são necessários tanto ao aparecimento quanto à evolução. Trata-se de doença incurável, caracterizada por períodos de remissões e exacerbações, cujo diagnóstico é fundamentalmente clínico (ARRUDA et al. 2001).

Weisse e Tierno (2014) Descreveram e estabeleceram o valor confirmatório de conjuntos sindromáticos específicos do medicamento homeopático Selenium metallicum poe meio de registro de todos os sinais objetivos apresentados por pacientes mediante fotografia e video.

Outro estudo de caso, mais contundente, descrito por Daruiche et al (2011) apresentou diagnóstico miasmático de psora. A patir dai, por meio da Repertorização, os medicamentos indicados foram Calcaria Carbonica , Graphites e Lycopodium clavatum. Pos consulta à matéria médica, foi prescrito Lycopodium clavatum 12CH, 2 gotas, 3x dia. O caso relata uma agravação inicial houve melhora das lesões nas palmas. No decorrer do tratamento, apresentou recaídas, tratadas sempre com Lycopodium clavatum, em doses 30cH, 24cH, 18cH ao longo de dois meses.

Vitiligo

O vitiligo é doença cutânea adquirida, idiopática, caracterizada por máculas branco-nacaradas de diferentes tamanhos e formas com tendência a aumentar centrifugamente de tamanho. A doença causa dano na produção de melanina, pigmento que dá cor à pele. O resultado disso são manchas brancas na superfície da pele, que podem aumentar com o tempo. Em alguns casos, ocorre estabilização.

Segundo Steiner et al. (2004) sua causa é desconhecida e acomete cerca de 1% da população, comprometendo de modo semelhante homens e mulheres, preferencialmente entre 10 e 30 anos de idade. Alguns fatores precipitantes para essa doença são: estresse físico e emocional, traumas mecânicos e substâncias químicas, como derivados do fenol. Doenças auto-imunes, principalmente as tireoidianas, podem estar associadas ao vitiligo . Relatos de caso na Homeopatia indicam o uso de Natrum muriaticum 30 D, diariamente com melhoras expressivas de pigmentação da pele em 2 meses. Além do Natrum, Bacillinum, graphites, Mercurius solubilis, acidum nitricum e sepia que também são recomendados.

Dermatite atópica

Inflamação cutânea crônica, clinicamente e histologicamente similar à dermatite de contato alérgica. Ela pode iniciar-se qualquer idade mas tem ocorrência em crianças (10 a 15%). Há atualmente uma intensa discussão sobre o papel dos alergenos. Relato de dois casos na Revista Brasileira de Homeopatia que concernem a patologia dermatológica, apresentando sinais físicos muito similares, assim com traços mentais e gerais quase idênticos enquadrados na dermatite atópica. Segundo Jurj (2010) a prescrição de Arsenicum iodatum produziu resultados terapêuticos muito satisfatórios na patologia dermatológica. Weisse e Tierno (2014) já citados anteriormente para a psoríase também recomendam o uso do medicamento homeopático Selenium metallicum para os casos de dermatite atópica.

Esclerose Múltipla

Transtorno autoimune que afeta principalmente adultos jovens, caracterizado pela destruição de mielina no sistema nervoso central, afetando portanto, o cérebro e os nervos. Entre os achados patológicos estão múltiplas áreas bem demarcadas de desmielinização por toda substância branca do sistema nervoso central. O sistema imunológico causa lesões neurológicas graves e progressivas. Entre as manifestações clínicas estão perda visual, transtornos de movimentos extraoculares, parestesias, perda de sensação, fraqueza, disartria, espasticidade, ataxia e disfunção da bexiga (ADAMS et al 2003).  Ao longo do tempo, a pessoa tem problemas de coordenação motora, redução da capacidade de visão e alterações na percepção sensorial. Entre outros sintomas, estão a sensação de cansaço, fraqueza nas pernas e problemas de memória.

Vários policrestos foram selecionados a partir do livro Healing with Homeopathy (2015)  que são: Argenticum Nitricum; Causticum, Conium, Gelsemium, Natrum Muriaticum, Acidum oxalicum e Phosphorus. Um medicamento bastante interessante também é a Tarantula hispânica altamente indicada para Tremor dos membros, Esclerose cérebro-espinhal múltipla,  Palpitações com desejo de chorar, Contradições psicológicas, Movimentos convulsivos do braço e da perna esquerdos, mesmo durante o sono.

Síndrome de Landry-Guillain-Barré

Neurite é um processo complexo que envolve inflamação dos nervos, resultando em irritação que interfere com a função normal do nervo e as áreas servidas. Especificamente, que afeta os nervos periféricos (aqueles que estão fora do cérebro, espinal-medula ou sistema nervoso central), bloqueando as funções sensoriais e motoras, com sintomas acentuados. A desmielinização ocorre em nervos periféricos e raizes nervosas. O processo é geralmente precedido de infecções virais ou bacterianas, cirurgias, imunizações, linfomas ou exposição a toxinas. Manifestações clínicas comuns incluem fraqueza progressiva, perda de sensações e perda de reflexos profundos do tendão. Podem ocorrer fraqueza dos músculos respiratórios e disfunção autônoma. Vitouklas (2010) associa ao menos parte dos casos a vacinação, conforme seu livro Homeopatia, Ciência e Cura.

Homeopatias associadas foram Aconito napellus, arnica, por ser útil para tratar a artrite crônica que tem um sentimento de dor machucado; Cimicífuga, por aliviar a dor e rigidez severa que pior do frio, especialmente quando o seu pescoço e articulações forem mais afetados; Hypericum, por se tratar de um dos maiores medicamentos homeopáticos na lesão de nervos e em lesões na coluna vertebral. Ele tem uma ficha clínica crescente nesta doença e por fim, Rhus Thos, indicado especialmente para reumatismo afetando tecidos fibrosos, bainhas dos músculos etc.  O Magnesium phosphoricum, recomendado neste caso,   é normalmente prescrito em casos de nevralgias ou dores agudas.

Artrites

Antes de entrarmos em alguns perfis de doentes auto-imunes, faz-se necessario apresentar aqui o artritismo, compreendido como uma diátese constitucional devido a distúrbios de nutrição e eliminação, próprios da vida moderna, com manifestações variadas (Metsner et al. 1998) . No passado, era relacionada a uma série de moléstias consideradas aparentadas, afetando vários membros de uma mesma família, e caracterizadas essencialmente por: dores diversas; alterações da nutrição (obesidade); gota; litíase; asma; eczema; enxaqueca e hemorragias.

O artritismo está muito vinculado a palavra cansaço, que abrange uma grande parte da ação do policresto Zincum metallicum. As dores neurálgicos ou artríticos, para o qual o zinco corresponde aos nervos, ou em torno das articulações ou, finalmente, na cavidade dos ossos longos. Eles são mais sensivelmente sentida durante o repouso do que durante o movimento.

Conclusões

Sabe-se que, para desenvolver uma doença autoimune, são necessárias algumas condições: a predisposição genética para a doença, o problema ser desencadeado por um fator do ambiente externo, como exposição ao sol no caso do lúpus ou situação estressante na psoríase e o desequilíbrio das células do sistema imunológico que pode ser causado por fatores emocionais. De uma forma geral,  os remédios homeopáticos feitos a partir de substancias minerais tais como Arsenicum album, Phosphorus, Sellenium metallicum  e Zincum metallicum são muito importantes para as doenças autoimunes, principalmente no caso de doenças ligadas ao grupo da artitre.Outros como Aurummettalicum e Aconitum e Hypericum, também muito citados, tem uma relação direta a quadros psicossomáticos.Organoterápicos e nosódios são importantes para os tratamentos, seja quando a doença autoimune se apresenta em um órgão, seja quando infecções geram seus quadros clínicos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, J. M. Artrite reumatóide – tratamento homeopático. Disponível em: http://josemariaalves.blogspot.com.br/2009/07/artrite-reumatoide-tratamento.html>. Acesso em: 01 Jul 2015.

ARRUDA, LÚCIA HELENA FÁVARO; CAMPBELL, GLADYS A. M; TAKAHASHI, MARIA DENISE F. Psoríase / Psoriasis.  An. bras. dermatol; 76(2):141-167, mar.-abr. 2001.

YACHE, Danusa Céspedes Guizzo; COSTA, Izaías Pereira da. Alterações da personalidade no lúpus eritematoso sistêmico. Rev Bras Reumatol, v. 45, n. 5, p. 313-8, 2005.

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DARUICHE, Paulo Sergio Jordão et al. Psoríase: conduta terapêutica hahnemanniana. Revista de Homeopatia, v. 74, n. 3, 2011.

JURJ G. Homeopatia em imagens: Arsenicum iodatum. Revista de Homeopatia, 73 (1/2), 2010. Pag. 18-30.

LARA, T. M. Sygygium jambolanum. Monografia – ALPHA / APH, Curso de Pós Graduação em Homeopatia. São Paulo, 2014.

MATTJE, Gilberto Dari; TURATO, Egberto Ribeiro. Experiências de vida com Lupus Eritematoso Sistêmico como relatadas na perspectiva de pacientes ambulatoriais no Brasil: um estudo clínico-qualitativo. Revista Latino-Americana de Enfermagem, [S.l.], v. 14, n. 4, p. 475-482, ago. 2006. Disponível em: www.revistas.usp.br/rlae/article/view/2320. Acesso em: 28 Jun. 2015.

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TEIXEIRA M.Z. Fundamentação imunológica da teoria homeopática das vacinoses. Revista de Homeopatia (APH), 2003; 68(1-2): 29-46.

VANNIER L. A idéia da Homeopatia na história. In:  Médecine officielle et médecins hérétiques, editora Plon, 1945. Republicado Revista de Homeopatia – APH  59: 1, 1994.

Autora

Flávia Barits

Flávia Barits

Fisioterapeuta, Especialista em Acupuntura e Pós-graduada em Fisioterapia traumato-ortopédica, a Dra. Flávia Silva Barits fez o Curso de Extensão em Homeopatia do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) em 2010, já iniciando sua prática clínica. Em 2013, devido seu amor e empenho pela prática homeopática, foi convidada a ministrar os Cursos de Homeopatia certificados pela Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) em diversas cidades mineira. Até o momento passou por 11 cidades e certificou mais de 700 alunos no formato presencial é on-line.Tem Pós graduação em Medicina Tradicional Chinesa e Fisioterapia Respiratória, Formação em Nova Medicina Germânica Heinkunde, Barras de Access Consciousness, Reiki, Thetahealing, INL (Inversão Neurolinguística), Reiki (I e II), Aromaterapia Integrativa, Biomagnetismo Médico, LEM(Liberação Emocional Magnética), Curso Avançado de Homeopatia Método Sensação, Bases do Repertório Homeopatico pela Universidade Homeopathic Helth Solutions( Dr. Samir Chaukkar-Índia)Psicogenealogia Evolutiva e diversos outros cursos. Atualmente está Cursando Mestrado em Ciência Naturopatica.

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